...
Andava eu pelos meus "canhanhos" e deparei me com este texto.
Ver claro
Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.
Eugénio de Andrade, Os Sulcos da Sede.
Ver claro
Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.
Eugénio de Andrade, Os Sulcos da Sede.
5 Comments:
Lindo e verdadeiro este poema!
Um beijo...escondido em mim!
Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um
Eugénio de Andrade
é bem verdade,já me aconteceu ler o mesmo livro 3 vezes e dessas 3 tive sensações e sentimentos completamente diferentes...é assim mesmo, uns dias sol,outros nevoeiro.
mil jinhos salgaditos.
Canhanhos?! Canhanhos?! [É melhor nem perguntar...]
Kiss.
Eu não sou tão discreta quanto a Rosa,por isso lá vai:"o que raio são canhanhos???????" Para quem não sabe o que é um trengo,esta dos canhanhos vem de carrinho! ahahahahah
beijo
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