segunda-feira, junho 26, 2006

Abelha mestra....

Chegou a minha tia de Geneve e a unica coisa que me vem á cabeça é aquele filme em que o Vasco Santana é um estudante cábula e a imagem que ele lhe dá de tudo que se passa é uma farsa. Assim foi toda a vida a imagem das nossas vidas relatada pelos olhos da minha mãe pelo telefone, tudo de uma forma consciente mas sem noção da realidade dos factos ou sem me perguntar o que sentia.
Sinto-me como a ovelha negra por pôr em causa as palestras de moral da minha mãe a dizer-me como devo fazer as coisas, como pensar, como agir, sem me dar liberdade de escolha, sem me dar liberdade para errar e que se não fizer como ela diz vou ser muito infeliz, porque não há ninguem que goste de mim mais do que tu, porque não há ninguem que cuide de mim tão bem como tu, sou um filho ingrato porque é um desperdicio tudo o que tu me ensinaste, saí igualzinho ao meu pai.
Eu não procuro ninguem que cuide de mim, nem que goste de mim tão ou mais que tu.
Espero sim cruzar-me com alguem que goste de mim de uma forma diferente da tua e que queira partilhar a sua vida comigo, gosto de partilhar e de me sentir amado.
És prepotente e dependente disfarçada..alias bem á vista de toda a gente.
Convencida de que se os teus filhos sairem de baixo da tua saia, não vão conseguir encontrar comida sozinhos ou sobreviver neste mundo.
Perdoa-me estas palavras duras, mas o facto de me sentir sempre assim o mau da fita durante toda a minha existencia, fez com que me tornasse como tu e me relaciona-se com as outras pessoas da forma que eu sempre critiquei, por não conhecer outra forma. Cresci com a sensação que ninguem gostava de mim, o que acabou por me influenciar nas minhas relações com os outros fazendo com que voltasse sempre para onde eu sabia que podia ser amado apesar de tudo, o teu amor de mãe.
Esta consciencia fez com que iniciasse uma travessia no deserto, para me aprender a relacionar de outra forma com outras pessoas.
Hoje estou diferente, aceito que sejas como és mas não deixo que me faças á tua imagem, tenho a minha propria imagem, bem sei que não é a 100% mas pelo menos que me faça caminhar e relacionar com as pessoas de uma forma que me sinta bem, que possa construir algo sem receio de cair.
Hoje sei que consegui...e vou conseguindo cada vez mais a cada dia que passa.
Apesar de tudo eu compreendo-te aceito-te e gosto de ti :).Vou conseguindo relacionar-me contigo sem que todas essas coisas me afectem. Acho que estou no bom caminho...no meu.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

1*... o resto digo-te depois.

26 junho, 2006 19:24  
Blogger Xuinha Foguetão said...

A isto é que eu chamo um grande desabafo.
Espero que te tenha feito sentir melhor.
Desejo-te um óptimo "teu" caminho.

Beijocas grandes.

26 junho, 2006 20:13  
Blogger Gui said...

Sabes que podes ir em frente, virar para os lados ou até mesmo voltar atrás? Se a resposta é sim, então estás no bom caminho - o teu!
Besos

26 junho, 2006 21:51  
Blogger Catwoman said...

nao é facil deitar estas coisas ca para fora e sobretudo enfrentar quando é talvez o mais complicado da vida...mas só assim nos conhecemos e aceitamos.
Gostei.

27 junho, 2006 15:57  
Blogger Misty said...

Elas, as mães, têm quase todas esse "condão" de, à força de um amor tão grande que nos têm, insistir em manter-nos sob controle... insistem em manter o cordão umbilical intacto...eu, que já sou mãe, já percebo - mais ou menos - o espírito... tento depurá-lo das coisas negativas e extrair dele o melhor, agora que tenho um par de jarras" of my own ...lol

Mas a minha experiência enquanto filha de uma mãe (salvo seja, raios partam a língua portuguesa, que por vezes é muito traiçoeira), muito manipuladora, impede-me de adoptar certos comportamentos...porque aprendi na pele o que é ser-se objecto de juízos de valor dessa natureza... ser a filha mais nova e catalogada como a "enfant terrible" lá do sítio, porque respostas "não, porque não" nunca foi coisa que me bastasse, marcou-me.

Mas é isso, estamos a crescer quando já lhes damos o desconto e, sob uma certa perspectiva, o valor.

E depois, há coisas que estão melhor lá longe, no passado!

(só não consigo ultrapassar o medo das ondas - adivinha lá por culpa de quem, he he he ;) ...)

bjs

27 junho, 2006 16:18  
Anonymous Anónimo said...

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15 fevereiro, 2007 16:44  

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