terça-feira, julho 31, 2007

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Hoje apetecia-me estar em Serralves, sentado no meio do jardim, na relva, a olhar e a contemplar todos os pormenores deste lugar, em silencio...
Às vezes preciso de silencio para compensar todas as agitações da vida, para pensar, para me escutar, para respirar longa e pausadamente, aproveitar toda e qualquer molecula de oxigénio, ganhar consciencia da respiração e o quanto importante é para todos este simples movimento. Este lugar tem algo de mágico, faz-me sentir bem...
Tenho tambem a noção, que faz parte de mim a necessidade de sentir o mar, quer com prancha, quer com o simples caminhar pelas rochas à beira mar na praia deserta, sentindo a água gelada a tocar-me nos pés, sentir o cheiro das algas na maré vazia...
Às vezes queixo-me que a minha vida podia ser assim, podia ser assada, podia ser cozida, ou até grelhada :)mas se parar para pensar e relativizar, acabo por realmente perceber que sou uma pessoa de sorte...

segunda-feira, julho 30, 2007

"As árvores morrem de pé e crescem lado a lado.

Alguém teve a gentileza de me enviar a seguinte citação de Khalil Gibran sobre o casamento: "E fiquem lado a lado, mas não próximos demais um do outro, pois os pilares do templo ficam afastados. E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro".(O Profeta).

Estou de acordo, em qualquer tipo de relação amorosa. A nostalgia fusional de uma só Carne e um só Espírito ignora as características irrepetíveis que nos atraíram em alguém. Não nego que se pode crescer à sombra de um outro, muito menos que o possamos admirar ou sempre temer que nos abandone. Digo apenas que é bom o afecto ser - e continuar... - o resultado da articulação de duas liberdades. Sob pena da "sombra" do(a) amado(a) deixar de constituir um oásis no relativo deserto que nos rodeia e se tornar o espartilho sufocante e raquítico que um dia acarretará o azedume."

Post by Julio Machado Vaz

sexta-feira, julho 27, 2007

Vai tudo a baixo....

:DDDDDDDD

quinta-feira, julho 26, 2007

e deste...

O Sorriso
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro,apetecia
entrar nele,tirar a roupa,ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr,navegar,morrer naquele sorriso.

Eugenio de Andrade

Gosto deste...

Entre os teus Labios
Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.


Eugenio de Andrade

...

"Tambem quero
Loucamente apaixonados ao fim de tantos anos de cumplicidade estéril, gozavam o milagre de amarem-se tanto à mesa como na cama e chegaram a ser tão felizes, que quando eram dois velhos esgotados ainda continuavam a traquinar como coelhinhos e a discutirem como cachorros."

García Márquez, Cem anos de solidão.

Paixão duracell?
A propósito do post do García Márquez: a paixão alberga sementes de auto-destruição. A violência, avidez e exclusividade, como poderiam durar anos e anos? Mas será essa constatação necessariamente uma desistência? Não creio, o tempo esconde enormes potencialidades. O conhecimento íntimo não é possível durante a paixão, ela traduz-se num jogo de imagens e não de "pessoas reais". Mesmo o erotismo ganha com o tempo, que permite o aprofundar das fantasias individuais e a sua integração num "argumento partilhado". Na minha profissão ouço muita gente que o afirma e deseja permanecer na relação. E contudo vê-se obrigada a gerir as saudades da adrenalina da paixão. Lá dizia Freud, no fundo não queremos desistir de nada:)."

post by Julio Machado Vaz

terça-feira, julho 24, 2007

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Andava eu pelos meus "canhanhos" e deparei me com este texto.

Ver claro

Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chegar.

Eugénio de Andrade, Os Sulcos da Sede.

sexta-feira, julho 20, 2007

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Jorge Palma - Dá-me Lume

Chegaste com três vinténs
E o ar de quem não tem
Muito mais a perder
O vinho não era bom
A banda não tinha tom
Mas tu fizeste a noite apetecer
Mandaste a minha solidão embora
Iluminaste o pavilhão da aurora
Com o teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar

Eu fiquei louco por ti
Logo rejuvenesci
Não podia falhar
Dispondo a meu favor
Da eloquência do amor
Ali mesmo à mão de semear
Mostrei-te a origem do bem e o reverso
Provei-te que o que conta no universo
É esse passo inseguro
E o paraíso no teu olhar

Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar

Eu tinha o espírito aberto
Às vezes andei perto
Da essência do amor
Porém no meio dos colchões
No meio dos trambolhões
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro
E ao paraíso no teu olhar

Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar

Se eu fosse compositor
Compunha em teu louvor
Um hino triunfal
Se eu fosse crítico de arte
Havia de declarar-te
Obra-prima à escala mundial
Mas eu não passo dum homem vulgar
Que tem a sorte de saborear
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar

Vai tudo a baixo....

Está demais...

quinta-feira, julho 19, 2007

Nunca...

...consegui arranjar uma explicação logica, para a maneira como os jornalistas falam das tragedias que acontecem fora do nosso pais.
Por exemplo, relativamente ao acidente de aviação em São Paulo, Brasil, o jornalista falava sobre a eventualidade de se encontrarem portugueses entre os mortos, falava de uma maneira que faz parecer que uma morte de um Português é mais importante que a morte de um outro passageiro qualquer....enfim.

terça-feira, julho 17, 2007

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Cla-Problema de Expressao
R.A.D.A.R- Track 02
Ornatos- Chaga
Susana Félix - Flutuo