Hoje fui almoçar com o meu Pai, convidei-o, pois já resolvi(em teoria, porque na pratica ainda não é bem assim) que não vou ficar é espera da iniciativa dele para algo. A conversa começa no meu irmão mais novo pelo facto de ele não ter feito algo, como o meu Pai achava que ele devia fazer.
Eu disse, "E então??Mesmo que ele se vá arrepender, porque não o deixas seguir a sua escolha"
Ele - "Pois, mas a experiência de vida que eu tenho também conta, ou não???Pensam que sabem tudo. Quem me dera a mim ter tido alguém que me guiasse nestas alturas"
Eu - "Sim isso às vezes também conta, mas o direito de escolha não é teu. Podes transmitir-lhe a tua experiência, conselhos, etc, mas ele tem o direito de escolher não seguir. O meu irmão tem o direito de errar, de se enganar, ou não???Todos nos durante a nossa vida temos esse direito, ou não???Isso não faz parte da aprendizagem???"
Ele - "Pois, queres que te dê um exemplo concreto???Se tivesses feito aos dezoito anos o que eu te disse, hoje estarias numa posição muito melhor"
Eu - "Pois mas como é que sabes que isso teria sido melhor para mim??"
Ele – "Pela experiência que tenho!"
Eu - "E a minha liberdade de escolha??E se as coisas não fossem conforme a tua experiência te diz??Eu prefiro bater com a cabeça e errar em consequência de uma decisão minha, do que fazer o que outra pessoa quer e ficar a pensar que devia ter feito da maneira que eu queria"
A minha interpretação do que ele me disse durante o almoço é que, como ele sempre sentiu a falta de amor de Pai e de Mãe, sempre ausentes na sua vida, acabando por me transmitir durante a adolescência tudo o que ele era e sentia.
Não estou com isto a critica-lo, mas sim a tentar compreende-lo, para melhor me conseguir compreender a mim e conseguir compreender cada vez melhor o que sou, pois sempre tive a sensação que apesar de sempre ter tido no meu pensamento, "Não quero ser nunca como o meu Pai", vejo me muitas vezes a ser igual a ele, mas para tentar ter a sua atenção. E guardo a secreta esperança de algum dia conseguir fazer com que me compreenda e de compreende-lo. Talvez algum dia eu venha a ter coragem para lhe dizer tudo o que penso.